Logunede
É um Òrìsà
cultuado na região de Ilesà, na Nigéria. Segundo a mitologia, Logunede é filho de outros dois Òrìsàs, que
são Osun Yeye Iponda e Odè Inlè . É considerado o príncipe dos Òrìsàs.Possui o conhecimento dos elementos da
natureza, onde reinam seus pais, como florestas, matas, rios, cachoeiras, etc. Seu próprio domínio está situado nas margens de rios, córregos e cursos dágua em geral, desde que tenham vegetação, ou seja, o encontro
dos dois reinados.
Orixá teogonicamente andrógino, Logunedé
segundo a lenda, vive 6 meses em terra firme alimentando-se de caça e 6 meses submerso nas águas dos rios, alimentando-se
de peixes.
Logunede
é um Òrìsà soberano e andrógino.Na verdade, esse orixá tem livre acesso aos dois reinados, adquirindo o conhecimento de ambos.
Consegue adaptar-se, com facilidade, aos mais diversos ambientes, agindo e comportando-se de diferentes formas, dependendo
da situação. Ele herdou, também, muitas
das características de seus pais, como a habilidade de caçar e conseguir fortuna,
o encanto e a beleza, bem como um grande conhecimento de feitiçaria, como sua
mãe. Além desses atributos, é, também, responsável pela fertilização das terras,
através da irrigação, contribuindo, assim, com a agricultura. Esse orixá possui muita riqueza e sabedoria, não admitindo a imperfeição em
suas oferendas e rituais. Tem aparência doce e calma, mas, quando contrariado,
torna-se muito enfurecido.Suas ferramentas são o
abébé e o ofà. Seu símbolo é uma balança, representando o equilíbrio.Sua cor é o azul turquesa com amarelo ouro.
É o grande príncipe de Ijexá.
É o dono da fartura e caçador habilidoso.
Logunedé, chamado geralmente apenas
de Logun, é o ponto de encontro entre os rios e florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas,
que se espalha nos dias quentes pelas florestas. Logun representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suas
características. Esta divindade rejeita roupas vermelhas e marrons.
LENDAS DE LOGUNEDE
1-Nascimento de Logunede
No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo
que nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro.
É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxun, e o grande caçador Odé. Esses
dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos.Odé ficava extremamente
irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta.
Oxun argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorun.
Odé não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação.
Olorun resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para
tentar apaziguá-los.A floresta de Odé logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que era exuberante,
começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A
mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Odé não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento
em outro lugar.Oxun, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não
se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la.Odé andou pelas matas e florestas
da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta
estava morrendo e ele não podia fazer nada.Desesperado, foi até Olorun pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando.
O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta dágua estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez
foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação.Odé, então, colocou seu orgulho de lado e foi
procurar Oxun, propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxun queria
que Odé se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados,
unindo-se novamente, com a benção de Olorun.Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logun-Edé, que iria consolidar
esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logun sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das
águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada.
Ele procurava manter o equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade.Conta
uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites definidos.Logun, que transitava livremente
por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logun muito
irritado. Um dia, após ter ficado seis
meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia.
Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para
a terra.Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma passagem, que tornou mais fácil sua
transição. Logun criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são
bem aceitas nesse local.
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