Taba de Oxossi Caçador

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Oxossi

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Deus da caça, ligado às matas, irmão mais novo de Ogun, Odé é também parte dos orixás masculinos cujos princípios também são feitos de ferro. Alegre, jovial, expansivo e irrequieto, tem enorme popularidade na Bahia onde também é conhecido pelo nome de Oxóssi (Òsòósi). Na África teria sido o irmão caçula ou filho de Ogun, com importância, como protetor dos caçadores; na medicina, pois os caçadores passam grande parte de tempo em contato com Osanyin na floresta, divindade das folhas terapêuticas e litúrgicas, e, aprendem com ele parte do seu poder; na ordem social, pois em suas caças e expedições, descobre lugar favorável à instalação de uma nova roça ou de um vilarejo, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar e senhor da terra onílè, com autoridade sobre os habitantes que venham a se instalar posteriormente; de ordem administrativa e policial, pois antigamente os caçadores odé, eram os únicos a possuir armas nos vilarejos, servindo também de guardas-noturnos òxó.
O culto de Oxóssi encontra-se quase extinto na África mas bastante difundido no Novo mundo, tanto em Cuba como no Brasil, pois seus iniciados foram vendidos como escravos para esses países; Eles trouxeram consigo o conhecimento do ritual.
Suas cores são azul turquesa
Símbolo, o ofá, um arco e flecha em ferro forjado (hoje, outros metais)
Erukere , insígnia de dignidade dos reis da África e que lembra ele ter sido rei de Kêto.
Dia da Semana:  Quinta-feira

Comida: Milho cozido com coco ralado (Axoxó)

Saudação: Ará Um Xê, Koke Odé! 

 

O Arquétipo de seus filhos:

Pessoas espertas, rápidas, sempre alerta e em movimento. São pessoas cheias de inicitiva e sempre em vias de novas descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem, mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.

LENDAS DE OXOSSI
 
1- Oxossi e o Pássaro
 
Todos os anos para comemorar a colheita dos inhames, o rei de ifé oferecia aos súditos uma grande festa.  Naquele ano, a cerimônia transcorria normalmente, quando um pássaro de grandes asas pousou no telhado do palácio.  O pássaro era monstruoso e aterrador.  As comemorações, o povo corria atemorizado.  E o rei chamou os melhores caçadores do reino para abater a grande ave. De Idô, veio Oxotogum com suas vinte flechas.  De Morê, veio Oxotogi com suas quarenta flechas.  De Ilarê, veio Oxotadotá com suas cinqüenta flechas. povo, assustado, perguntava sobre sua origem.  A ave fora enviada pelas feiticeiras, ofendidas por não terem sido convidadas.  O pássaro ameaçava o desenrolar das Prometeram ao rei acabar com o perverso bicho,  ou  perderiam  suas  próprias  vidas.  Nada conseguiram, entretanto, os três odés. Gastaram suas flechas e fracassaram. Foram presos por ordem do rei. Finalmente, de Irém, veio Oxotocanxoxô, o caçador de uma flecha. Se fracassasse, seria executado junto com os que antecederam. Temendo pela vida de seu filho, a mãe do caçador foi ao babalaô e ele recomendou à mãe desesperada fazer um ebó que agradasse às feiticeiras. A mãe de Oxotocanxoxô sacrificou então uma galinha.  Nesse momento, Oxotocanxoxô tomou seu ofá, seu arco, apontou atentamente e disparou sua única flecha.  E matou a terrível ave perniciosa.  O sacrifício havia sido aceito.  As Iá Mi Oxorongá estavam apaziguadas.  O caçador recebeu honrarias e metade das riquezas do reino.  Os caçadores presos foram libertados e todos festejaram.
Todos cantaram em louvor a Oxotocanxoxô.  O caçador Oxô ficou muito popular.  Cantavam em sua honra, chamando-o de Oxóssi, que na língua do lugar quer dizer "O caçador Oxô é popular".  Desde então Oxóssi é o seu nome.
 
2-Oxossi mata a própria Mãe
 
Olodumare chamou Orunmilá e o incubiu de trazer-lhe uma codorna. Orunmilá explicou-lhe as dificuldades de se caçar codorna e rogou-lhe que lhe desse outra missão. Contrariado, Olodumare foi reticente na resposta e Orunmilá partiu mundo afora a fim de saciar a vontade do seu Senhor. Orunmilá embrenhou-se em todos os cantos da Terra. Passou por muitas dificuldades, andou por povos distantes. Muitas vezes foi motivo de deboche e negativas acerca do que pretendia conseguir. Já desistindo do intento e resignado a receber de Olodumare o castigo que por certo merecia, Orunmilá se pôs no caminho de volta. Estava cansado e decepcionado consigo mesmo. Entrou por um atalho e ouviu o som de cânticos. A cada passo. Orunmilá sentia suas forças se renovando. Sentia que algo de novo ocorreria. Chegou a um povoado onde os tambores tocavam louvores a Xangô, Iemanjá, Oxum e Obatalá. No meio da roda, bailava uma linda rainha. Era Oxum, que acompanhava com sua dança toda aquela celebração. Bailando a seu lado estava um jovem corpulento e viril. Era Oxóssi, o grande caçador. Orunmilá apresentou-se e disse da sua vontade de falar com aquele caçador. Todos se curvaram perante sua autoridade e trataram de trazer Oxóssi a sua presença. O velho adivinho dirigiu-se a Oxóssi e disse que Olodumare o havia encarregado de conseguir uma codorna. Seria esta, agora, a missão de Oxóssi. O caçador ficou lisonjeado com a honrosa tarefa e prometeu trazer a caça na manhã seguinte. Assim ficou combinado. Na manhã seguinte, Orunmilá se dirigiu à casa de Oxóssi para sua surpresa, o caçador apareceu na porta irado e assustado, dizendo que lhe haviam roubado a caça. Oxóssi, desorientado, perguntou à sua mãe sobre a codorna, e ela respondeu com ares de desprezo, dizendo que não estava interessada naquilo. 
Orunmilá exigiu que Oxóssi lhe trouxesse outra codorna, senão não receberia o axé de Olodumare. Oxóssi então caçou outra codorna, guardando-a no embornal.  Procurou Orunmilá e ambos dirigiram-se ao palácio de Olodumare no Orum. Entregaram a codorna ao Senhor do Mundo. De soslaio Olodumare olhou para Oxóssi e, estendendo seu braço direito, fez dele o Rei dos Caçadores. Agradecido a Olodumare e agarrado a seu arco, Oxóssi disparou uma flecha ao azar e disse que aquela deveria ser cravada no coração de quem havia lhe roubado a primeira codorna. Oxóssi desceu a Terra. Ao chegar em sua casa encontrou sua mãe morta com uma flecha cravada no peito. Desesperado, pôs-se a gritar e por um bom tempo ficou de joelhos inconformado com seu ato. Negou, dali em diante, o título que recebera de Olodumare.  
 
3-Oxossi não respeita o Tabu
 
Odé era um grande caçador. Certo dia, ele saiu para caçar sem antes consultar o oráculo Ifá nem cumprir os ritos necessários. Depois de algum tempo andando na floresta, encontrou uma serpente: era Oxumaré em sua forma terrestre. A cobra falou que Odé não devia matá-la; mas ele não se importou, matou-a, cortou-a em pedaços e levou para casa, onde a cozinhou e comeu; depois foi dormir. No outro dia, sua esposa Oxum encontrou-o morto, com um rastro de cobra saindo de seu corpo e indo para a mata. Oxum tanto se lamentou  e chorou, que Ifá o fez renascer como Orixá, com o nome de Oxóssi.