Taba de Oxossi Caçador

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Ewá

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Ewá, domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos, Orunmilá, lhe deu.

Ewá é o Orixá da beleza e dos mistérios, senhora do céu estrelado, rainha do cosmo. Hábil caçadora, Ewá está relacionada à mata, à água,e ao ar, é a deusa dos rios e lagos, do céu cor-de-rosa, das florestas inexploradas. Ewá está nos lugares que o homem não alcança, onde só a natureza e os deuses se manifestam.

As virgens contam com sua proteção, e aliás, tudo o que é inexplorado conta com sua proteção: a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode navegar ou nadar. A própia Ewá, acreditam alguns que só rodariam em mulheres virgens ( o que não se pode comprovar), pois ela mesma seria uma virgem.

Ewá está nos lugares que o homem não alcança, onde só a natureza e os deuses se manifestam.Além das faixa branca do arco-íris, Ewá é representada pelos raios brancos do Sol, pela neve, pelo sumo branco das folhas, pelo sêmen e pela saliva.
Ewá tem como símbolo um Ofá dourado, ou uma lança ou arpão, e às vezes traz uma pequena espingarda, eventualmente pode carregar serpente; carrega também uma cabaça de cabo alongado enfeitada com palha da costa, além é claro,da espada, insígnia das grandes guerreiras.

As palmeiras com folhas em leque também simbolizam Ewá - exótica, bela, única e múltipla.

Como se pode notar, Ewá é considerada a metade mulher de Oxumare, a faixa branca do arco-íris. Na verdade ela mantém fundamentos em comum com Oxumare, inclusive dançam juntos, mas não se sabe ao certo se seria a porção feminina, sua esposa ou filha.Quando cultuada na nação Ketou, Ewá dança, ilu, hamunha e aguerê, Na cultura jêje, onde suas danças são impressionantes, prefere o bravun e o sató e dança acompanhada de Oxumare, Omolu e Nanã. 

Nas festas de Olubajé, Ewá não pode ser esquecida, deve receber seus sacrifícios, e no banquete não pode faltar uma de suas comidas favoritas; banana-da-terra frita em azeite.
Ewá é a única divindade do Phanteon Afro-Brasileiro que só responde na Nação Gêge. Ela é a Senhora das Ilhas e Penínsulas, apresentando-se como uma guerreira e ao mesmo tempo como um Ninfa, ora segurando a serpente Encantada, ora empurrando a balança de sua justiça particular. Em quaisquer dos casos, ela carrega em si o mistério da Origem dos planetas água e Terra. Entre ela e Obá-Olokum(Olissassa), Senhor dos Oceanos, o equivalente a Netuno, existe o elo  que liga a origem da vida à continuidade da mesma. Por esta razão, todas as pessoas que são filhos ou filhas de Ewá, tem uma missão espiritual ou social no contexto do país onde nasceu e a visão de tudo. Ewá é a rainha do céu estrelado e dona da Ilha de Santa Catarina.
 

Dia da Semana:  Quarta-Feira

Cores: Branco, Marfim, Vermelho, Coral 

Comida: Batata-da-Terra cozida com azeite doce 

Saudação: Hi Ho Ewá!

Domínio: Ilhas, penínsulas

LENDAS DE EWÁ
 
1- Ewá se apaixona por Boromu ,um forasteiro
 
Ewá era filha de Obatalá e vivia com o pai em seu palácio. Era uma jovem linda, inteligente e casta. Ewá nunca havia demonstrado interesse por homem algum. Um dia, chegou ao reino um jovem de nome Boromu. Dias depois todos já cochichavam que Ewá estava enamorada do forasteiro. Obatalá riu-se da história, pois confiava em sua filha. Obatalá garantiu que ela ainda era uma flor nova e não queria experimentar desse encanto.
Passado algum tempo, Ewá mudou. Tornou-se Ewá triste, distante, distraída. Obatalá fez tudo para fazer a filha novamente feliz e enviou a filha à terra dos homens. Ele não sabia que Ewá carregava um filho em seu ventre. Uma noite, Ewá sentiu as dores do parto e fugiu do palácio. O rei foi informado do sumiço de Ewá e logo mobilizou todo o reino para encontrar sua filha. Boromu soube da fuga e partiu para procura-la. Acabou por encontrar Ewá desfalecida no chão de terra, coberta apenas por uma saia bordada com búzios. Ewá despertou e contou-lhe o ocorrido. Fugira com vergonha de apresentar-se ao rei. Ewá, sentiu então a falta do rebento e perguntou por ele a Boromu.
Boromu, querendo que Ewá retornasse ao palácio, escondera o recém-nascido na floresta. Mas quando o procurou já não mais o encontrou. Pois perto do lugar onde deixou o filho, vivia Iemanjá. E Iemanjá escutou o pranto do bebê, o acolheu e prometeu cria-lo como seu próprio filho. Ewá nunca mais encontrou seu filho. Tempos depois Ewá foi ao palácio pedir perdão ao pai, mas o rei ainda estava irado e a expulsou de casa. Naquele dia Ewá partiu envergonhada. Cobriu seu rosto com a mesma saia bordada de búzios e foi viver no cemitério, longe de todos os seres vivos. E nunca mais viu seu filho, ele foi criado por Iemanjá. Ninguém sabe quem é a mulher do cemitério, de onde vem e por que ali está. Tudo o que ocorreu é o seu segredo.

2-Ewá dança com Xango no Cemitério

Ewá Numa manhã coberta de neblina, sem suspeitar onde se encontrava, Xangô dançava com alegria ao som de um tambor. Xangô dançava alegremente em meio à névoa, quando apareceu uma figura feminina enredada na brancura da manhã. Ela perguntou-lhe por que dançava e tocava naquele lugar. Xangô, sempre petulante, respoudeu-lhe que fazia o que queria e onde bem lhe conviesse. A mulher escutou e respondeu-lhe que ali ela governava e desapareceu aos olhos de Xangô. Mas ela lançou sobre Xangô os seus eflúvios e a névoa dissipou-se, deixando ver as sepulturas. Xangô era poderoso e alegre, mas temia a morte e os mortos, os eguns. Xangô sentiu-se aterrorizado e saiu dali correndo. Mas tarde Xangô foi à casa de Orunmilá se consultar e o velho disse-lhe que aquela mulher era Ewá, a dona do cemitério. Ele estava dançando na casa dos mortos. Xangô que sentia pavor da morte, desde então nunca mais entrou num cemitério, nem ele nem seus seguidores.

3-Ewá vai viver com Oxumare

Ewá era uma linda mulher que morava num reino distante de IFÉ. Com seu jeito de princesa, causava admiração por onde passava. Vivia as margens de um rio e podia invocar as forças dos ventos e das chuvas para favorecer as colheitas.
Um dia, quando se banhava no rio, um arco-íris se formou diante dela. A imensidão da luz impressionou Ewá, a qual sentiu que alguém a protegia e envolvia. Correu para contar aos outros habitantes da região o que presenciara, mas, assim que deixou a água, olhou para trás e viu que o arco íris desaparecera, restando  apenas algumas moedas no local. No outro dia, a cena se repetiu. Ela seguiu então em direção ao rio para ver onde terminava o arco-íris. Nadou por três dias e três noites, até chegar à outra ponta. Lá havia uma coroa de ouro, que Ewá, cheia da curiosidade, tomou nas mãos. Então Oxumarê, o orixá da riqueza, apareceu diante dela, dizendo-se encantado com sua beleza. Ewá se apaixonou  pelo deus e pediu-lhe que a transformasse numa orixá. Assim transformou-se numa cobra, vivendo para sempre com Oxumarê.

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